A Amiga Genial (L’Amica Geniale: Infanza, Adolescenza)

A Amiga Genial é o primeiro livro da Série Napolitana, escrita por Elena Ferrante, que na verdade é um pseudônimo e não se sabe quem é a autora. Pensei em ler todos os livros para depois escrever sobre eles, mas achei legal escrever sobre cada um a medida que leio, assim, se você quiser, pode ler também e vamos discutindo um por um, falando dos anteriores sem ainda saber o que se passou no próximo.

O primeiro romance começa com a notícia de que Lila havia desaparecido e Lenu, sua melhor amiga, decide escrever tudo sobre a vida dela, que se entrelaça com a sua, então, é uma história do ponto de vista de Elena Greco e sua amizade com Raffaella Cerullo.

Ela conta como ficaram amigas, como já se desafiaram ao se conhecer e isso será constante em seu relacionamento. Lenu vê Lila como superior, sempre um passo à sua frente em tudo: nos estudos, inclusive sendo autodidata, nos relacionamentos com os meninos, em saber o que queria. E esse sentimento a consome, chegando a me incomodar em certos pontos por parecer um relacionamento tóxico. Porém, é o ponto de vista de Elena, e não se sabe o que realmente se passava na cabeça de Lila. Talvez, ela visse Lenu como superior, talvez tivesse medo de ficar para trás e perder a amiga e por isso corria para estudar e poder estar à altura da outra.

No começo, minha leitura foi lenta porque é uma história do cotidiano das meninas e fala sobre a infância delas em um bairro pobre nos anos 50, numa Itália pós-guerra. Mas a partir da metade do livro, dei uma engrenada e terminei relativamente rápido (considerando que estou num período meio travado de leituras). Na adolescência, começam a haver reviravoltas nas histórias das meninas, a maior delas quando você descobre que a amiga genial não é Lila, a mais inteligente, mas sim Lenu. Há um diálogo entre as duas e Lila lhe diz: Você é minha amiga genial.

O livro termina em um momento que faz com que você queira começar o segundo volume imediatamente (e foi o que fiz).

O primeiro romance da Série Napolitana é envolvente e faz você querer saber mais da história das duas amigas, mas não só, você também se envolve com os outros moradores do bairro. Você se apaixona por alguns personagens e sente um ódio mortal de outros. Apesar da amizade tóxica ter me incomodado um pouco, gosto do fato da história ser contada com todas as partes bonitas e feias, com uma mescla de sentimentos, com a impressão de que é vida real e que o que acontece entre elas pode acontecer e acontece no mundo presente.

Quando fui dar uma pesquisada para escrever este texto, descobri que a HBO lançou uma série e que a primeira temporada corresponde ao primeiro livro. Comecei a ver a série porque estava pensando em só citá-la aqui, mas os primeiros episódios são tão fieis ao livro que decidi adiar a publicação do post e terminar de ver a série para falar sobre ela na mesma publicação, já que não vi muito sentido em fazer um texto separado.

Já gostei da série logo de cara porque é em italiano (que saudade de ouvir a língua), mas é preciso ver com legenda porque tem bastante dialeto e achei difícil entender. A série toda é muito fiel ao livro, não notei nenhuma mudança significativa na adaptação, só alguns detalhes que para mim não fizeram diferença ao transpor de uma mídia a outra. Também gostei do elenco, principalmente das atrizes crianças que interpretam as protagonistas.

Acho que vale muito a pena ver a série depois de ler o livro. E a boa notícia é que foi renovada para a segunda temporada.

Série Napolitana:
A Amiga Genial (Comprar)
História do Novo Sobrenome (Comprar)
História de Quem Foge e de Quem Fica (Comprar)
História da Menina Perdida (Comprar)

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